Necropolítica e Branquitude: Discussões sobre relações raciais no Brasil

Sobre o curso

Você já percebeu que as mortes provocadas pelo Estado de maneira violenta costumam ocorrer sobre determinados grupos sociais específicos?

No caso do Brasil, historicamente temos sido mobilizadas a pensar sobre as estratégicas da vida e da morte. Quem vive e quem morre. Porém, mais recentemente, essa problematização tem tomado diferentes dimensões em território nacional.

Por que quando pensamos em raça, pensamos geralmente em pessoas negras? Por que pessoas brancas não são vistas como racializadas? E por que as pessoas racializadas são as que mais morrem no Brasil?

Essa lógica pertence ao que podemos chamar de branquitude! Ela torna as pessoas brancas na norma e o negro, o indígena, o asiático e demais etnias no “diferente”. Buscando questionar e compreender a profundidade da branquitude na estrutura do racismo brasileiro, iniciamos este curso!

** Este curso aconteceu no formato ao vivo/on-line. Após edição, hoje está disponível no formato gravado. No formato ao vivo, o curso estava intitulado de “Políticas de inimizade e branquitude: uma discussão sobre governamentalidade e gestão d morte no presente”.

BÔNUS

Ao se inscrever neste curso, você tamebém receberá acesso ao curso Relações Raciais e Segurança Pública: Aproximações entre Achille Mbembe e Michel Foucault

Objetivo geral

O objetivo deste curso, sob as lentes de Fátima Lima (Bio-necropolítica), Lia Schucman (branquitude), Michel Foucault (Biopoder e governamentalidade), Achille Mbembe (necropolítica, políticas de inimizade) entre outras autoras e autores, é problematizar as políticas de gestão da vida e da morte que constroem as relações sociais no Brasil, tendo como disparador do pensamento, o campo da segurança pública brasileiro. Para tanto, mergulha-se nas discussões sobre relações raciais, focando nos constructos da branquitude, seus efeitos e sustentação do racismo estrutural. Como nos ensinou Mbembe, é para pensarmos esses múltiplos afluentes, que convido a partilhar deste curso.

Objetivos específicos

1- Apresentar discussões sobre relações raciais e suas metamorfoses no contexto brasileiro;

2- Contextualizar o pensamento de Michel Foucault e Achille Mbembe;

3- Apontar os efeitos da branquitude no campo da segurança pública;

4- Mobilizar o conceito de Bio-necropolítica para pensar o contexto brasileiro.

Programação do curso

Aula 1 – Algumas contextualizações: relações raciais, branquitude e racismo estrutural
• Definir o que são relações raciais e o campo teórico que o sustenta;
• Elaborar as principais definições sobre branquitude e suas dissimulações;
• Efetuar o cruzamento dos tópicos anteriores e demonstrar como reiteram e sustentam o racismo estrutural no Brasil contemporâneo.

Aula 2 – Achille Mbembe e Michel Foucault: aproximações e distanciamentos
• Contextualizar o pensamento de Achille Mbembe;
• Contextualizar o pensamento de Michel Foucault, enfatizando, especialmente, a perspectiva biopolítica.
• Efetuar o cruzamento dos conceitos Biopolítica e necropolítica a partir das produções teóricas dos autores;

Aula 3 – É sobre produção da vida que tratamos? Segurança pública e suas fraturas
• Abordar o campo da segurança pública brasileiro;
• Realizar uma discussão sobre políticas públicas e algumas legislações;
• Discutir alguns dados produzidos no campo em questão.

Aula 4 – Bio-necropolítica: um longo caminho?
• Definir bio-necropolítica;
• Retomar os dados sobre mortalidade no Brasil, legislações e instituições no campo da segurança pública;
• Problematizar os efeitos das políticas de inimizade que permeiam as relações sociais no Brasil.

Público-alvo

Interessados em geral.

Referências

ANDREWS, George Reid. Negros e brancos em São Paulo, (1888-1988). Tradução de Magda Lopes. Bauru, SP: EDUSC,1998.

BASTIDE, Roger. FERNANDES; Florestan. Brancos e Negros em São Paulo: ensaio sociológico sobre aspectos da formação, manifestações atuais e efeitos do preconceito de cor na sociedade paulistana. 4ed. São Paulo: Global,2008.

BENTO, Maria Aparecida Silva. Branqueamento e Branquitude no Brasil. In.: BENTO, Maria Aparecida Silva; CARONE, Iray (Org). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes,2002. p-p. 25-58.

CHOR MAIO, Marcos. O projeto Unesco e a agenda das ciências sociais no Brasil dos anos 70 e 50. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol.14, nº 41, outubro de 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v14n41/1756.pdf. Acessado em: junho de 2018.

CORRÊA, Mariza. As ilusões da liberdade: a escola Nina Rodrigues e a Antropologia no Brasil. 2ª Ed. BragançaPaulista: Editora da Universidade de São Francisco, 2001.

GONZALEZ, Lélia. HASENBALG, Carlos. Lugar de Negro. Vol. 3. Rio de Janeiro Marco zero, 1982.GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Racismo e antirracismo no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2005.

HASENBALG, C. Entre o mito e os fatos: racismo e relações raciais no Brasil. In: MAIO, M.C., and SANTOS, R.V., orgs. Raça, ciência e sociedade [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; CCBB, 1996, pp. 235-249.

PIERSON, Donald. Brancos e pretos na Bahia: estudo de contato racial. 2ª ed. São Paulo: Editora Nacional,1971.

PIZA, Edith. Porta de vidro: entrada para a branquitude. In.: BENTO, Maria Aparecida Silva; CARONE, Iray (Org). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p-p. 25-58.

RAMOS, Guerreiro. O problema do Negro na Sociologia Brasileira. Cadernos de Nosso Tempo. Brasília, Câmara dos Deputados e biblioteca do Pensamento Brasileiro, 1981, pp. 39-69. Disponível em: http://www.schwartzman.org.br/simon/negritude.htm. Acessado em: maio de 2018.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: raça, hierarquia e poder naconstrução da branquitude paulista. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 2012. 160f.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulista. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 2012. 160f.

SILVA, Priscila Elisabete da. O conceito de branquitude: reflexões para o campo de estudo. In.: MULLER, Tânia M. P.; CARDOSO (org). Branquitude. Estudos sobre a identidade branca no Brasil. 1ª ed. Curitiba: Appris, 2017a. p-p.: 19-32.

Professores/as e ministrantes do curso

Dra. Mari Fagundes

Doutora e Mestra em Sociologia. Especialista em Direito Penal e Processual Penal. Graduada em Direito. Professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Realiza pesquisas voltadas à Sociologia da Violência e ao Sistema de Justiça Criminal, articulando conceitos como governamentalidade, necropolítica, branquitude e racismo estrutural, assim como a atuação em pesquisas empíricas neste campo. Nesse sentido, dá especial enfoque à pesquisas qualitativas.

Detalhes do curso

Investimeto R$ 140.00
Curso gravado
Carga horária 6H
Comprar agora Tenho interesse

Reserve sua vaga!

Venha estudar no Instituto Racionalidades

Aulas gravadas e disponíveis durante e após o encerramento do curso

Certificado de conclusão com validade em todo o território nacional

Conteúdo formulado por especialistas e professores/as renomados/as

Garantia de satisfação de 7 dias após a compra do curso.

Reserve sua vaga!

Receba novidades e mais o informações sobre seu curso!