Sobre o curso
Você sabia que as concepções do que é “ser mulher” mudaram ao longo da história? No que diz respeito ao feminino, o seu trabalho, a vestimenta, a etiqueta, as liberdades, você sabia que tudo isso já mudou em diversas direções e formas? Por isso, entendermos a realidade atual das mulheres só é possível através de um olhar histórico das nossas sociedades! Nesse sentido, Michel Foucault foi crucial ao propor a realização de um diagnóstico da atualidade, um olhar crítico ao que somos e como nos tornamos nós mesmos!
Apesar disso, é possível criar novas formas de viver! É possível nos posicionarmos pelo o que queremos, nós podemos transgredir com nossos próprios corpos. É neste ponto que movimentos como os feministas são cruciais para entendermos as atuais mudanças de gênero. Vamos desdobrar essas linhas tortas desse processo histórico? Conte com a gente pra isso! Vamos entender a formação do papel da mulher e como podemos transgredi-lo!
Neste curso, apresentamos inicialmente as problematizações e os operadores conceituais construídos por Michel Foucault, em sua proposta de realizar um diagnóstico da nossa atualidade. Num segundo momento, focalizamos as apropriações e os desdobramentos dessas reflexões pelas teóricas feministas, no Brasil e no exterior, ao interpretarem as práticas e as contracondutas feministas, em diferentes dimensões entre a política, a filosofia, a história, a arte e a literatura.
** Este foi realizado no formato on-line/ao vivo. Após edição, estamos disponibilizando de forma gravada.
BÔNUS EXCLUSIVO
Ao se inscrever no curso Foucault, os feminismos e a história, você receberá também o curso bônus “História, Filosofia e Corpo” para complementar seus estudos e enriquecer ainda mais seu conhecimento!
Objetivos específicos
1- apresentar as principais problematizações de Michel Foucault em relação ao sujeito, ao poder e às práticas da liberdade.
2- mostrar como as reflexões de Foucault desenvolvidas em torno do dispositivo da sexualidade, da medicalização do corpo e do cuidado de si são úteis para analisarem-se as problemáticas e experiências das mulheres.
3- destacar a crítica de Foucault ao cristianismo, apresentada no vol. IV da História da Sexualidade, As confissões da carne, que envolve o mito de Adão e Eva e a culpabilização da mulher.
4- discutir a leitura foucaultiana do neoliberalismo enquanto governamentalidade e as formas de resistência e contracondutas encontradas pelos feminismos contemporâneos.
Programação do curso
Aula 1 – Foucault, os Feminismos e a Subjetividade – Dra. Margareth Rago
Discutiremos como os operadores conceituais elaborados por Foucault sobre a constituição da subjetividade, as tecnologias de poder e as técnicas de si têm sido apropriados e desdobrados pelos feminismos frente à expansão da governamentalidade neoliberal em nossos dias.
Aula 2 – Foucault, a crítica feminista e a dissolução dos ideais de feminilidade – Ma. Paloma Czapla
Nesta aula busca-se investigar de que modo as análises de Foucault nos permitem pensar e desnaturalizar as imagens da feminilidade construídas nos marcos da teoria da degenerescência e do evolucionismo. Discuto como os corpos femininos foram territórios de atribuição de sentidos misóginos, classicistas e racistas. Além disso, considero os operadores conceituais foucaultianos como importantes ferramentas analíticas para os feminismos, desfazendo a noção de que as mulheres são uma categoria natural e biológica.
Aula 3 – A redenção de Eva: da libidinização do sexo aos pecados da carne no imaginário cristão – Me. Varlei Couto
Em sua análise histórica da invenção da libido, Foucault em As confissões da Carne problematiza como o cristianismo primitivo operou um deslocamento no conceito de corpo, lócus de pecado, encarnado de prazer. O filósofo problematiza como recaiu sobre a mulher o manto da culpa e do pecado, no Ocidente. Num segundo momento, discutiremos como suas críticas e os desdobramentos feitos pelos feminismos rasgam esse manto de culpa, redimindo Eva e libertando as mulheres desse imaginário cristão, machista e misógino.
Aula 4 – Foucault, feminismos indígenas e as práticas comunitárias – Ma. Carolina Ramkrapes
Discutiremos de que forma as reflexões foucaultianas e aquelas construídas pelos feminismos permitem perceber a emergência do movimento de mulheres indígenas na atualidade, tanto em sua crítica ao imaginário colonial, quanto em relação às reflexões colocadas ao presente marcado pelo colapso ambiental e pelo empresariamento de si, por meio das práticas comunitárias.
Público-alvo
Profissionais das ciências humanas, sociais, saúde. Estudantes. Público em geral.